domingo, 30 de agosto de 2009

Bom... faz tempo que não venho aqui. Já é quase segunda-feira (31), mas ainda estou no domingo. Recém chegado de um banho de brasilidade com as tias baianas das escolas de samba de São Paulo e o pessoal do Kolombolo - além das companhias super especiais que tenho nestes momentos de colorir a mente e o corpo para enfrentar o cinza do cotidiano.

Acredito que hoje já fiz minha parte. A de viver o meu dia. De forma justa, sincera e honesta. O que não é difícil.

Até mesmo ja escrevi o texto. E, por isto mesmo, resolvi postar no já esquecido blog. E não fujo à regra. O assunto é política. E, em muito tempo, algo que me fez sentir de novo emoção com ela - embora possa parecer (e, até ser) uma nova enrascada.

Enfim, só entrei aqui pra postar o texto que escrevi - tecnicamente chato e que não foi publicado (mais um pra coleção) - sobre o ato de filiação de Marina Silva ao PV. Não. Eu não acredito em PV, como sempre desconfiei de PT (a não ser o de Plínio Teodoro, a sigla). Mas, sim, acredito - ainda - no ser humano. Eis abaixo:

O ato de filiação da ex-ministra do Meio Ambiente, senadora Marina Silva, ao Partido Verde selou definitivamente a mudança prevista para a sucessão presidencial de Lula em 2010. Sob um coro de "Brasil urgente, Marina presidente", a ex-petista assinou a filiação ao PV e, emocionada, lembrou sua trajetória política de 30 anos no Partido dos Trabalhadores. "Não foi fácil viver os últimos dias que vivi", afirmou a senadora sobre a difícil decisão de deixar o PT.

Em seu discurso, Marina afirmou que não está "rompendo com a herança boa do passado, nem com os erros que cometemos, tudo que fizemos juntos deve ser preservado". Ela ressaltou a afinidade entre a antiga e a nova legenda, dizendo que a filiação ao PV - com vistas às eleições presidenciais 2010 - "nao é para fazer um novo caminho, mas uma nova maneira de caminhar".

Marina disse ainda que sempre recebeu o apoio dos companheiros petistas em conversas antes de deixar o partido. "Ouvia das pessoas: porque você não permanece e vamos fazer este debate (sobre a sustentabilidade estratégica) dentro do PT? Mas não se tratava de convencer sobre o que o mundo inteiro já está convencido, tratava-se de fazer um encontro com aqueles que ja estão convencidos e de fazer o convencimento de outras pessoas, inclusive em outros partidos, no PT, PSDB, PCdoB, em todos os partidos que não podem se furtar deste desafio".

Com uma frase do escritor Guimarães Rosa - "será que você seria capaz de se esquecer de mim e, assim mesmo, depois, continuar gostando. Como é que a gente sabe?" -, a senadora homenageou os colegas petistas dizendo que vai " continuar gostando e gostando sem querer, sem saber, de todas as pessoas que construiram esta historia".

Para celebrar a filiação aos verdes, Marina usou nova frase, desta vez do filósofo católico Santo Agostinho, a quem atribui sua formação ética. "Tarde vos amei, beleza tão antiga e tão nova, tarde vos amei. É que estava dentro de mim e eu estava fora de mim", discursou, referindo-se à sua eterna causa de luta em favor do meio ambiente.

Salada ideológica
As mais de mil pessoas, segundo a organização do evento, que lotaram uma luxuosa casa de eventos em região nobre da capital paulista para acompanhar a filiação de Marina Silva ao PV formaram uma verdadeira "salada ideológica". Entre artistas, como Cristiane Torloni, e escritores, como Augusto Cury, se acotovelavam estrelas do partido como o ministro da Cultura Juca Ferreira e a prefeita de Natal Micarla de Sousa, ex-petistas, como Tilden Santiago, ambientalistas como Fábio Feldmann e Mário Mantovani - fundadores da ONG SOS Mata Atlântica - e até mesmo o líder tucano na Câmara dos Vereadores de São Paulo, Gilberto Natalini.

Durante o ato, que teve a presença também de Elenira Mendes, filha do líder sindical e ecologista Chico Mendes, houve ainda filiação de artistas e do ex-deputado federal petista Luciano Zica, que fará parte da Comissão Nacional que irá coordenar o processo de revisão programática do PV, sob a liderança do presidente nacional da sigla, José Luiz Penna.

Ex-ministro do Meio Ambiente de FHC e atual líder da bancada verde na Câmara Federal, Zequinha Sarney (PV) - filho do senador José Sarney (PMDB-AP) -, disse que Marina "traz para a discussão temas que estão sendo analisados no mundo inteiro e que internamente têm sido 'escanteados'".

Coube ao deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) - que após desfiliação do Partido dos Trabalhadores se aproximou de tucanos ilustres, como o governador de São Paulo, José Serra (PSDB) - o papel de tecer críticas ao governo federal, evitadas até mesmo pela principal personagem do dia. Afinado com o discurso oposicionista, Gabeira levantou a bandeira da ética para desferir seus golpes. "Hoje temos no País um governo moralmente frouxo, temos um Congresso apodrecido e um Supremo Tribunal Federal em princípio de decomposição com a decisão tomada nesta semana", afirmou, referindo-se à absolvição do ex-ministro da Casa Civil, deputado Antônio Palocci (PT-SP).

Gabeira lembrou, no entanto, que o PV apoiou a candidatura Lula em 2002 e disse que seu partido não deve ter receio de ser acusado de utilizar um discurso udenista. "Muita gente fala que falar de ética na política é coisa da UDN", argumentou. "Mas em 2002 apoiamos o PT e foi pela ética na política."

Para terminar, uma mensagem do Ivan Lins, na qual ainda tento - ou teimo em - acreditar.






Créditos:
- A senadora Marina Silva participa de debate sobre clima e meio ambiente promovido pelo MST. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil (aqui)
- Vídeo: Novo Tempo, Ivan Lins e Vítor Martins. No Youtube (aqui)

2 comentários:

Cristina disse...

boa separação do que pode ser joio e o que já sabemos ser trigo..
Esperar pra ver se o saco da farinha não aumentará...
Constatação triste: ele sempre aumenta.
Mas por que não crer nas boas essências?
bj companheiro..Cris.

Gabi disse...

Gostei do blog.
Gosto de Ivan Lins.
Voltarei mais vezes!